quinta-feira, 6 de agosto de 2015

2º ANO


UNIFICAÇÃO ALEMÃ

Contexto histórico

Antes da unificação, o território germânico estava fragmentando em 39 estados que formavam a Confederação Germânica. A Confederação era governada por uma assembleia com representantes de todos os estados. Porém, eram os representantes dos maiores estados, Prússia e Áustria, que tinham maior poder e acabam por decidir quase tudo.
Havia também um conflito de interesses entre Áustria e Prússia. Enquanto a Áustria era contrária a unificação, a Prússia era favorável, pois pretendia aumentar seu poder sobre o território germânico e ampliar o desenvolvimento industrial.


O Zollverein

Em 1834, a Prússia liderou a criação do Zollverein (união aduaneira dos Estados Germânicos) com o objetivo de facilitar o comércio entre os Estados e incentivar o desenvolvimento industrial. Grande parte dos estados entrou nesta união, porém a Áustria optou por ficar de fora. A criação desta união fez aumentar ainda mais o poder da Prússia e diminuir o da Áustria na Confederação.


O Chanceler de Ferro
Otto von Bismarck: líder da unificação da Alemanha
No ano de 1862, o rei prussiano Guilherme I escolheu para ser o primeiro-ministro da Prússia o político e diplomata Otto von Bismarck, o Chanceler de Ferro. A ideia de Guilherme I era unificar os Estados Germânicos, processo que seria organizado por Bismarck. Porém, o Chanceler de Ferroacreditava que para isso seria necessário o caminho militar.
Para atingir seu objetivo, Bismarck passou a aumentar o poder bélico da Prússia, ampliando o número de militares e investindo na produção de armamentos.


A Guerra dos Ducados

Foi a primeira etapa do plano militar de unificação germânica colocado em prática por Bismark. Em 1864, com apoio da Áustria, a Prússia conquistou os ducados de Holstein e Schleswig que eram habitados por germânicos, porém estavam sob posse da Dinamarca.


A Guerra contra a Áustria

Após a Guerra dos Ducados, a Áustria havia ficado com o ducado de Holstein. Bismarck ficou descontente com a administração austríaca no condado e declarou guerra à Àustria no ano de 1866.
A Prússia venceu a Áustria na guerra e passou a dominar os estados do norte da Confederação.


A Guerra Franco-Prussiana e a unificação

Para concluir o objetivo de unificar todos os Estados Germânicos, a Prússia precisava conquistar os estados do sul. Porém, o imperador da França, Napoleão III, se opôs a ideia de Bismark. Após um problema de sucessão no trono da Espanha, um parente do rei da Prússia teria direito a ocupar o cargo. Porém, Napoleão III, temendo o aumento do poder prussiano na Península Ibérica, foi contra e declarou guerra a Prússia em 1870.
Com um exército formado por militares prussianos e de outros estados germânicos, a Prússia comandou a invasão e conquista da França.
Guilherme I foi proclamado Imperador da Alemanha em 1871, concluindo assim o processo de unificação da Alemanha.
Ainda em 1871 foi assinado o Tratado de Frankfurt entre França e Alemanha. Como derrotados, os franceses tiveram de pagar uma elevada indenização de guerra, além de ceder à Alemanha os territórios da Lorena e da Alsácia.


Consequências da unificação alemã

- Criação do II Reich na Alemanha (Império Alemão);
- Desenvolvimento econômico e militar da Alemanha;
- Crescimento do poder geopolítico da Alemanha na Europa;
- Entrada da Alemanha na disputa por território no processo de neocolonização da África e Ásia, aumentando a disputa por territórios com o Reino Unido no final do século XIX. Este fato fez aumentar as tensões entre Alemanha e Reino Unido, um dos fatores desencadeantes da Primeira Guerra Mundial;
- Formação da Tríplice Aliança em 1882, bloco político-militar composto por Áustria, Itália e Alemanha.

UNIFICAÇÃO ITALIANA

A península Itálica era uma região dividida em várias unidades políticas independentes entre si. Com as decisões do Congresso de Viena, passou a ser dominada por austríacos e franceses, bem como pela Igreja Católica. O desenvolvimento industrial levou ao crescimento das cidades e à intensificação do comércio. Para dar continuidade ao processo de crescimento e expansão de suas atividades no exterior, a burguesia local desejava a unificação de toda a região.

O rei do Piemonte-Sardenha, Carlos Alberto, liderou a primeira tentativa de unificação em 1848, declarando guerra contra a Áustria. Esta declaração, baseada nos ideais liberais e nacionalistas, incentivou rebeliões em vários estados na península, mas todas foram sufocadas pelas tropas austríacas e pela intervenção francesa. Com a derrota, Carlos Alberto abdicou ao trono em favor de seu filho Vitor Emanuel II.  Mas o ideal de unificação se manteve vivo pelos nacionalistas.

Somente o reino do Piemonte-Sardenha possuía uma constituição liberal. A burguesia incentivou o movimento a favor da unificação da Itália, liderado pelo primeiro-ministro Camillo Benso, conde de Cavour, e por manifestantes políticos como Giuseppe Mazzini, fundador do movimento Jovem Itália, que visava à criação de uma república italiana.

Cavour deu início, apoiado pela França, à guerra contra a dominação austríaca em 1859, conseguindo importantes vitórias. Enquanto isso, no sul da península, Giuseppe Garibaldi formou um exército de voluntários, conhecido como camisas vermelhas, e avançou pelo território.

Ao final de 1860, a unificação estava praticamente concluída. Vitor Emanuel II foi proclamado rei da Itália. Somente Veneza e Roma resistiram por algum tempo, sendo a primeira anexada em 1866 e a segunda, em 1870.

Questão Romana

O Papa Pio IX e a Igreja Católica, não aceitaram a perda de seus territórios. Mesmo com Roma anexada, o papa permaneceu no palácio do Vaticano, considerando-se um prisioneiro.

Essa questão resolveu-se apenas em 1929 com a assinatura do Tratado de Latrão, entre o papa Pio IX e o Estado italiano. Esse tratado determinou a criação do pequeno Estado do Vaticano, com área de 0,44 Km², sob o governo da Igreja Católica.

EXERCITANDO

01. Sobre a unificação italiana, é correto afirmar que:

I) Após o Congresso de Viena, a Itália foi dividida e transformada numa simples "expressão geográfica", motivando o "Risorgimento".
II) A liderança na luta pela unificação coube ao reino do Piemonte-Sardenha, sob orientação de Benito Mussolini.
III) Foi na década de 1870 que os italianos conquistaram Roma e completaram a unificação.
IV) A conquista da unidade deu origem à Questão Romana, monarquia italiana versus Papa, que só foi resolvida com o tratado de Latrão, em 1929, quando foi criado o Estado do Vaticano.

Das proposições anteriores, são corretas somente:
a) II, III e IV.
b) I, III e IV.
c) I, II e III.
d) I e IV.
e) I e II.

02. Dentre as alternativas a seguir, assinale aquela que está correta em relação ao processo de unificação italiana, concluída na segunda metade do século XIX.
a) O Congresso de Viena concluiu o processo de integração nacional italiano na medida em que este veio ao encontro dos interesses das elites locais.
b) O processo de unificação nacional resultou das fortes pressões da burguesia do sul do país, cuja economia demandava um mercado interno homogêneo, dinâmico e integrado para a colocação da sua moderna produção industrial.
c) A construção do Estado Nacional implicou enfrentar e expulsar as tropas de ocupação pertencentes aos impérios britânico, russo e espanhol, estabelecidas na Península Itálica desde os acontecimentos de 1848.
d) O movimento de unificação partiu das áreas mais industrializadas, teve forte presença de uma burguesia interessada na ampliação do mercado interno e foi sustentado pela ideologia do nacionalismo.
e) A consolidação da formação do Estado nacional italiano ocorreu com a anuência do papa Pio IX e o reconhecimento, pelo primeiro-ministro Cavour, da existência e da soberania do Estado do Vaticano, após as negociações da Questão Romana.

03. Sobre a unificação alemã o séc. XIX, Marionilde Magalhães afirma:

Desde o final do século XVIII, a criação de inúmeras associações resultou num determinado patriotismo cultural e popular, num território dividido em estados feudais dominados por uma aristocracia retrógrada. Tais associações se dirigem à nação teuta, enfatizando o idioma, a cultura e as tradições comunitárias,  elementos para a elaboração de uma identidade coletiva, independentemente do critério territorial. E, de fato, esse nacionalismo popular, romântico-ilustrado (uma vez que pautado no princípio da cidadania e no direito à autodeterminação dos povos), inspirará uma boa parcela dos revolucionários de 1848. Mas não serão eles a unificar a Alemanha. Seus herdeiros precisarão aguardar até 1871, quando Bismarck realiza uma revolução de cima, momento em que, em virtude do poderio econômico e da força militar da Prússia, a Alemanha se unifica como Estado forte, consolidando-se a sua trajetória rumo à modernização.
            [adaptação] MAGALHÃES, Marionilde D. B. de. A REUNIFICAÇÃO: enfim um país para a Alemanha? Revista Brasileira de História. São Paulo: ANPUH/Marco Zero, v.14, n.28. 1994. p.102.

Tendo-se como referência essas considerações, pode-se concluir que
a) o principal fator que possibilitou a unificação alemã foi o desenvolvimento econômico e social dos Estados germânicos, iniciado com o estabelecimento do Zollverein - liga aduaneira que favoreceu os interesses da burguesia.
b) a unificação alemã atendeu aos interesses de uma aristocracia rural desejosa de formar um amplo mercado nacional para seus produtos, alicerçando-se na idéia do patriotismo cultural e do nacionalismo popular.
c) Na Alemanha, a unificação nacional ocorreu, principalmente, em virtude da formação de uma identidade coletiva baseada no idioma, na cultura e nas tradições comuns.
d) na Alemanha, a unificação política pôde ultrapassar as barreiras impostas pela aristocracia territorial, que via no desenvolvimento industrial o caminho da modernização.

04. "...Nós conquistamos a África pelas armas... temos direito de nos glorificarmos, pois após ter destruído a pirataria no Mediterrâneo, cuja existência no século XIX é uma vergonha para a Europa inteira, agora temos outra missão não menos meritória, de fazer penetrar a civilização num continente que ficou para trás..."
            ("Da influência civilizadora das ciências aplicadas às artes e às indústrias". Revue Scientifique, 1889)

A partir da citação anterior e de seus conhecimentos acerca do tema, examine as afirmativas a seguir.
I - A idéia de levar a civilização aos povos considerados bárbaros estava presente no discurso dos que defendiam a política imperialista.
II - Aquela não era a primeira vez que o continente africano era alvo dos interesses europeus.
III - Uma das preocupações dos países, como a França, que participavam da expansão imperialista, era justificar a ocupação dos territórios apresentando os melhoramentos materiais que beneficiariam as populações nativas.
IV - Para os editores da Revue Scientifique (Revista Científica), civilizar consistia em retirar o continente africano da condição de atraso em relação à Europa.

Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa IV está correta.
b) Somente as afirmativas II e IV estão corretas.
c) Somente as afirmativas I e III estão corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.

05. Um dos fatores decisivos para as rivalidades políticas da segunda metade do século XIX foi:
a) o apoio da Inglaterra à emancipação política da América Latina.
b) as disputas entre Estados católicos e Estados protestantes.
c) as divergências entre capitalistas e socialistas utópicos no que dizia respeito às conduções dos negócios do Estado.
d) a disputa colonial e o parcelamento dos continentes.
e) a luta entre Estados com regime constitucional e os que defendiam o Absolutismo.


TESTE PROPOSTO

06. "Em 18 de março a insurreição estourou (...), não esperava mais lhe dar sinais de vida.  Durante dois meses vivi na fornalha (...)"
            (Émile Zola - carta a Paul Cézanne)
           
"Foi a primeira revolução proletária, o primeiro ensaio da ditadura do proletariado"
            (Horácio Gonzáles )
           
O acontecimento do século XIX a que se referem as citações acima é:
a) o 18 Brumário de Luís Bonaparte.
b) a Revolução Francesa.
c) o Ensaio Geral.
d) a Comuna de Paris.
e) a Revolução de 1848.

07. A unificação política da Itália, ocorrida na segunda metade do século XIX, foi um processo tardio, considerando o contexto histórico europeu. Sobre esta unificação é CORRETO afirmar que ela:
a) possibilitou a sua participação na corrida colonial, envolvendo-a no domínio do mercado internacional juntamente com a Inglaterra e a França.
b) contribuiu em parte para romper o equilíbrio político-militar que, a partir do Congresso de Viena, foi estabelecido entre as nações européias.
c) acarretou o desenvolvimento do capitalismo a partir de um intenso surto de industrialização que se estendeu por todo o seu território.
d) permitiu o reatamento das relações político-diplomáticas com o Vaticano e a garantia do direito de liberdade religiosa aos cidadãos.
e) impediu o surgimento de fluxos de emigração de camponeses para o Continente Americano, através da implantação de uma política de fechamento das suas fronteiras.

08. A unificação política da Alemanha (1870-1871) teve como conseqüências:
a) a ruptura do equilíbrio europeu, o revanchismo francês, a revolução industrial alemã e política de alianças.
b) enfraquecimento da Alemanha e miséria de grande parte dos habitantes do sul, responsável pela onda migratória do final do século XIX.
c) a anexação da Alsácia e Lorena, o empobrecimento do Zollverein e retração do capitalismo.
d) corrida colonial, revanchismo francês, o enfraquecimento do Reich e anexação da Áustria.
e) o equilíbrio europeu, a aliança com a França, a formação da união aduaneira e a Liga dos Três Imperadores.

09. Ao final do século passado, a dominação e a espoliação assumiam características novas nas áreas partilhadas e neocolonizadas. A crença no progresso, o darwinismo social e a pretensa superioridade do homem branco marcavam o auge da hegemonia européia.  Assinale a alternativa que encerra, no plano ideológico, certo esforço para justificar interesses imperialistas.
a) A humilhação sofrida pela China, durante um século e meio, é algo inimaginável para os ocidentais.
b) A civilização deve ser imposta aos países e raças onde ela não pode nascer espontaneamente.
c) A invasão de tecidos de algodão do Lancashire desferiu sério golpe no artesanato indiano.
d) A diplomacia do canhão e do fuzil, a ação dos missionários e dos viajantes naturalistas contribuíram para quebrar a resistência cultural das populações africanas, asiáticas e latino-americanas.
e) O mapa das comunicações nos ensina: as estradas de ferro colocavam os portos das áreas colonizadas em contato com o mundo exterior.

10. A China, durante o seu império, sofrendo pressões de vários países, foi obrigada a ceder algumas partes do seu território a países europeus. Recentemente, um desses territórios, em poder do Reino Unido, foi devolvido ao governo chinês. Trata-se do território de:
a) Cingapura.
b) Macau.
c) Taiwan.
d) Hong-Kong.

e) Saigon.

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