quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL


Ao iniciar o século XX, o avanço do capitalismo, agora na fase monopolista ou financeira, provocou uma desigualdade entre as nações européias. A disputa por novas áreas, por novos mercados, pela hegemonia do continente acabou por causar uma grande guerra, que ficou conhecida como Primeira Guerra Mundial.
POR QUE ACONTECEU A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
a) Disputas imperialistas entre a Inglaterra e a Alemanha.
b) Revanchismo francês – A França desejava recuperar os territórios Alsácia-Lorena, perdidos em 1871, na Guerra Franco-prussiana.
c) Os Incidentes nos Bálcãs – A Áustria anexou as províncias turcas da Bósnia e da Herzegovina, provocando reação da Rússia e da Sérvia.
d) Os Incidentes no Marrocos – O Marrocos, país semibárbaro governado por um sultão, era cobiçado pela França que já conquistara a Argélia. Assinou acordo com a Inglaterra, dona de Gibraltar, e com a Espanha, que dominava algumas praças ao Norte de Marrocos. O kaiser Guilherme II impediu a penetração francesa, proclamando a liberdade do Marrocos. A Alemanha acabou reconhecendo o direito dos franceses de estabelecer seu protetorado ao Marrocos. Franceses e alemães estavam descontentes com a situação.
e) Causa imediata (estopim) – O Assassinato do Príncipe Francisco Ferdinando (28/06/1914) – herdeiro do trono austríaco. Foi assassinado por um fanático estudante bosníano, Gravilo Princip, na cidade de Serajevo. A Áustria -Hungria exigiu uma satisfação da Sérvia, onde o crime fora tramado, por meio de um ultimato. A Rússia, decidida a não admitir uma humilhação à Sérvia, rejeitou as propostas conciliatórias da Alemanha e decretou a mobilização geral. A Alemanha, aliada da Áustria, declarou guerra à Rússia no dia 1º de agosto e, dois dias depois, à França. Tinha inicio a Primeira Guerra Mundial.

POLÍTICA DE ALIANÇAS
Foi celebrada uma aliança defensiva entre a Alemanha e o Império Austro-húngaro em 1879. Com a entrada da Itália em 1882, surgiu a “Tríplice Aliança”.
1907, formou-se a “Triple Entente”, constituída pela Inglaterra, Rússia e França. A Inglaterra estava preocupada com o crescimento econômico da Alemanha e com o desenvolvimento da marinha alemã, que ameaçava sua soberania marítima. A “Triple Entente”, assinada por Eduardo VII, da Inglaterra, iniciou a política de cerco à Alemanha.
PAZ ARMADA
Desde o fim do século XIX até 1914, as nações européias fortaleceram-se, aumentando seu poderio bélico. Uma verdadeira corrida armamentista foi alimentando os países. Eles estavam em paz, mas ao mesmo tempo reforçando-se, armando-se para o grande conflito.
FASES DA GUERRA
a) Guerra do Movimento (1914) – Os alemães começaram a luta com um ataque à Bélgica, neutra, marchando depois rumo a Paris. O plano francês era invadir Alsácia e Lorena e proteger a fronteira belga; os alemães atacaram Liège. Na batalha do Marne os alemães foram derrotados pelo general Joffre, obrigando-os a retroceder para Leste, depois de perderem milhares de soldados e armamentos. Essa batalha salvou momentaneamente a França. Mas os alemães, não podendo levar avante a investida inicial, firmaram-se no Nordeste da França, abrindo trincheiras, como o fizeram também os franceses, os ingleses e os belgas.

b) Guerra de Trincheiras (1915-1917) – Abriram-se trincheiras em toda a frente ocidental. O armamento e o aparelhamento aéreo despertaram um novo surto industrial acelerado. Novas armas apareceram. Em 1916, os alemães atacaram Verdun, defendida pelo general Pétain. Foi um insucesso dos alemães. Morreram cerca de 600 mil homens. Na batalha naval da Jutlândia, os ingleses foram os vencedores.

c) Saída da Rússia – Com o triunfo da Revolução Russa de 1917, onde os bolcheviques estabeleceram-se no poder, foi assinado um acordo com a Alemanha para oficializar sua retirada do grande conflito. Este acordo chamou-se Tratado de Brest-Litovsk, que impôs duras condições para a Rússia.

d) Entrada dos Estados Unidos – Os norte-americanos tinham muito investimentos nesta guerra com seus amigos aliados (Inglaterra e França). Era preciso garantir o recebimento de tais investimentos. Utilizou-se como pretexto o afundamento do navio “Lusitânia”, que conduzia passageiros norte-americanos.


e) Participação do Brasil – Os alemães, diante da superioridade naval da Inglaterra, resolveram empreender uma guerra submarina sem restrições. Na noite de 3 de abril de 1917, o navio brasileiro “Paraná” foi atacado pelos submarinos alemães perto de Barfleur, na França. O Brasil, presidido por Wenceslau Brás, rompeu as relações com Berlim e revogou sua neutralidade na guerra. Novos navios brasileiros foram afundados. No dia 25 de outubro, quando recebeu a noticia do afundamento do navio “Macau”, o Brasil declarou guerra à Alemanha. Enviou auxilio à esquadra inglesa no policiamento do Atlântico e uma missão médica.
CONSEQÜÊNCIAS DA GUERRA
a) O aparecimento de novas nações.
b) Desmembramento do império Austro- Húngaro.
c) A hegemonia do militarismo francês, em decorrência do desarmamento alemão.
d) A Inglaterra dividiu sua hegemonia marítima com os Estados Unidos.
e) O enriquecimento dos Estados Unidos.
f) A depreciação do marco alemão, que baixou à milionésima parte do valor, e a baixa do franco e do dólar.
g) A crise de 1929: os governos tiveram que intervir na economia com medidas severas.
h) O protecionismo que impossibilitou a Alemanha de pagar suas dívidas por meio de exportação.
i) O encarecimento do custo de vida.
TRATADO DE VERSALHES (1919)
Em Versalhes, em 1919, reuniu-se a Conferência da Paz, sob a liderança dos 4 grandes: Clemenceau, representante da França; Lloyd George, representante da Inglaterra; Woodrow Wilson, representante dos Estados Unidos; e Orlando, representante da Itália. Este tratado impôs duras determinações aos alemães.

LIGA DAS NAÇÕES
Woodrow Wilson, presidente dos Estados Unidos, lançou a idéia de abolir a “diplomacia em segredo” e de unir os povos com o intuito de evitar uma nova guerra, numa Liga das Nações que tinha os seguintes princípios fundamentais:
a) Autonomia dos povos.
b) Renúncia à política de alianças.
c) Governo de acordo com os governados.
d) Liberdade dos mares.
e) Desarmamento geral.
Genebra passava a ser a sede da Liga das Nações.

REVOLUÇÃO RUSSA


Introdução
No começo do século XX, a Rússia era um país de economia atrasada e dependente da agricultura, pois 80% de sua economia estava concentrada no campo (produção de gêneros agrícolas).

Rússia Czarista
Os trabalhadores rurais viviam em extrema miséria e pobreza, pagando altos impostos para manter a base do sistema czarista de Nicolau II. O czar governava a Rússia de forma absolutista, ou seja, concentrava poderes em suas mãos não abrindo espaço para a democracia. Mesmo os trabalhadores urbanos, que desfrutavam os poucos empregos da fraca indústria russa, viviam descontentes com os governo do czar.

No ano de 1905, Nicolau II mostra a cara violenta e repressiva de seu governo. No conhecido Domingo Sangrento, manda seu exército fuzilar milhares de manifestantes. Marinheiros do encouraçado Potenkim também foram reprimidos pelo czar.
Começava então a formação dos sovietes (organização de trabalhadores russos) sob a liderança de Lênin. Os bolcheviques começavam a preparar a revolução socialista na Rússia e a queda da monarquia.


 Lênin fala aos revolucionários em 1917  


A Rússia na Primeira Guerra Mundial
Faltava alimentos na Rússia czarista, empregos para os trabalhadores, salários dignos e democracia. Mesmo assim, Nicolau II jogou a Rússia numa guerra mundial. Os gastos com a guerra e os prejuízos fizeram aumentar ainda mais a insatisfação popular com o czar.
Greves,  manifestações e a queda da monarquia
As greves de trabalhadores urbanos e rurais espalham-se pelo território russo. Ocorriam muitas vezes motins dentro do próprio exército russo. As manifestações populares pediam democracia, mais empregos, melhores salários e o fim da monarquia czarista. Em 1917, o governo de Nicolau II foi retirado do poder e assumiria Kerenski (menchevique) como governo provisório.
A Revolução Russa de outubro de 1917
Com Kerenski no poder pouca coisa havia mudado na Rússia. Os bolcheviques, liderados por Lênin, organizaram uma nova revolução que ocorreu em outubro de 1917. Prometendo paz, terra, pão, liberdade e trabalho, Lênin assumiu o governo da Rússia e implantou o socialismo. As terras foram redistribuídas para os trabalhadores do campo, os bancos foram nacionalizados e as fábricas passaram para as mãos dos trabalhadores.
Lênin também retirou seu país da Primeira Guerra Mundial no ano de 1918. Foi instalado o partido único: o PC (Partido Comunista).

A formação da URSS
Após a revolução, foi implantada a URSS ( União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). Seguiu-se um período de grande crescimento econômico, principalmente após a NEP ( Nova Política Econômica ). A URSS tornou-se uma grande potência econômica e militar. Mais tarde rivalizaria com os Estados Unidos na chamada Guerra Fria. Porém, após a revolução a situação da população geral e dos trabalhadores pouco mudou no que diz respeito à democracia. O Partido Comunista reprimia qualquer manifestação considerada contrária aos princípios socialistas. A falta de democracia imperava na URSS.

Os líderes da União Soviética durante o regime socialista:
- Vladimir Lenin (8 de novembro de 1917 a 21 de janeiro de 1924)
- Josef Stalin (3 de abril de 1922 a 5 de março de 1953)
- Nikita Khrushchov (7 de setembro de 1953 a 14 de outubro de 1964)
- Leonid Brejnev (14 de outubro de 1964 a 10 de novembro de 1982)
- Iúri Andopov (12 de novembro de 1982 a 9 de fevereiro de 1984)
- Konstantin Chernenko (13 de fevereiro de 1984 a 10 de março de 1985)
- Mikhail Gorbachev (11 de março de 1985 a 24 de agosto de 1991)

A MINERAÇÃO NA COLÔNIA


Na segunda metade do século XVII, em razão do declínio do comércio de açúcar no mercado europeu, a Coroa portuguesa estimulou a procura de metais e pedras preciosas em terras de sua colônia da América, através de expedições conhecidas como Entradas e Bandeiras.
            → Entradas: Foram expedições oficiais organizadas pelas autoridades, nos séculos XVI e XVII, que partiam do litoral com o objetivo de explorar o interior e procurar minas. 
            → Bandeiras: Foram as expedições armadas e organizadas em geral por particulares de São Paulo (Vila da Capitania de São Vicente) que partiam para o sertão em busca de índios para escravizar (Bandeiras de apresamento), de pedras e metais preciosos (Bandeiras prospectoras) e para combater índios rebeldes ou destruir quilombos(Sertanismo de contrato).
            
 Os Caminhos do Ouro
            Sempre que uma Entrada ou Bandeira se internava pelo sertão, ainda que seu objetivo principal fosse apresar índios, não deixava de se preocupar com os metais preciosos.
            O ouro foi inicialmente encontrado nos leitos dos rios e riachos; ficava em depósitos chamados faisqueiras, porque, ao Sol, os grãos maiores faiscavam. Era o ouro de aluvião, encontrado em depósitos de cascalho, areia e argila que se formavam junto às margens ou na foz dos rios.
            A notícia da descoberta trouxe para as zonas auríferas uma enorme multidão: cerca de 30 a 50 mil aventureiros. Em decorrência desse afluxo populacional, a região das minas alcançou uma densidade populacional alta e assistiu, além disso, ao primiro surto urbano da vida brasileira.

A Fiscalização Real
            Desde a descoberta das primeiras jazidas de ouro, a metrópole tratou de controlar e regulamentar a atividade mineradora, seja na distribuição dos lotes, seja no tocante à arrecadação de tributos. Em 1702, foi criado o Regimento dos Superintendentes, Guardas-Mores e Oficiais Deputados para as Minas de Ouro, que planejava criar um governo especial para as zonas auríferas, controlado por Lisboa.  
O Quinto (20% sobre o total minerado de ouro, prata e diamantes).  
Casas de Fundição, aonde todo ouro extraído era fundido e a quinta parte era cedida à Coroa.
            O quinto passou a coexistir com o sistema de Capitação, que era um imposto cobrado por cabeça de escravo, produtivo ou não. O governo instituiu ainda a derrama: cobrança de quintos atrasados ou de impostos extraordinários. O auge da produção aurífera se deu entre 1733 e 1748, chegando à exaustão em meados de 1789. O resto da capitania que não dedicou-se à mineração ocupou-se dos engenhos, a produção de cereais e a pecuária.

A Guerra dos Emboabas
            A descoberta de metais preciosos nos sertões da colônia, no final do século XVII e princípio do século XVIII gerou ambições entre as multidões que se dirigiam para as principais áreas de mineração.
            As jazidas foram descobertas em áreas situadas nos limites da capitania de São Paulo. Por isso, sentindo-se com direito ao ouro, os paulistas se opuseram à presença de portugueses e colonos vindos de outras capitanias. Os paulistas conseguiram uma petição junto à câmara da vila de São Paulo. Essa incompatibilidade deu início a um confronto direto entre paulistas e emboabas pela posse das áreas de mineração. O último episódio do conflito ocorreu em 1709, no local que passou a ser chamado de Capão da Traição.
             A luta entre paulistas e emboabas contribuiu para a abertura de novas frentes de colonização, especialmente no Centro-Oeste, onde, mais tarde foram encontradas minas de ouro. Desse modo, o território colonial português expandiu suas fronteiras.


Os Diamantes
            Os diamantes foram encontrados na regão Comarca do Serro Frio, Minas Gerias, no início do século XVIII. Para evitar o contrabando, um governo metropolitano demarcou o distrito de Diamantino. Em 1734 quando o distrito Diamantino passou ao controle da Intendência dos Diamantes, a extração das pedras ocorria de maneira semelhante à do ouro. Mas a Coroa portuguesa suspendeu a mineração entre 1734 e 1737.
            A partir de 1740 o antigo sistema foi substituído pelos Contratos de Monopólio, ou seja, deu-se a exclusividade de exploração, por tempo determinado, a um único contratador, que deveria pagar uma taxa anual ao erário português. O sistema vigorou até 1771, quando a Coroa criou a Real Extração e passou a controlar diretamente a atividade mineradora.

Vassalos rebeldes
            Na América portuguesa, os colonos resistiram mais que puderam à tirania dos funcionários reais. As autoridades não dispunham de meios verdadeiramente eficientes para administrar a sociedade de acordo com os desejos da Coroa. Alguns motins ocorridos nos séc. XVII e XVIII podem ser classificados como movimentos de contestação à política metropolitana pois não tiveram caráter separatista.

A Revolta de Beckman
            A revolta aconteceu no estado do Maranhão entre 1684 e 1685. A oferta de escravos africanos na região era pouca, o que levava os colonos utilizar como força de trabalho os índios escravizados. Isso, porém gerou conflito com os jesuítas, contrários à escravidão os nativos.
            Para resolver o problema da mão-de-obra e do abastecimento regional, a Coroa criou a Companhia Geral de Comércio do Maranhão. A companhia devia fornecer cerca de 500 escravos negros por ano, abastecer a região de gêneros alimentícios importados e adquirir e exportar produtos locais como: açúcar, cacau, tabaco, e couros. A falta de cumprimento do contrato estabelecido entre a companhia de comércio e a população local acabou provocando o início do movimento rebelde.
            Em fevereiro de 1684, moradores da região de São Luís sob a chefia do irmãos Beckman, tomaram os depósitos da companhia e o governo local. Os revoltosos decidir o monopólio da companhia e propor um Governo Provisório até resolver a situação.
            Em maio de 1685, quando o novo representante do rei chegou à São Luís, determinou a dissolução do Governo Provisório, prendeu os principais líderes e executou Manuel Beckman e Jorge Sampaio.

           
A Guerra dos Mascates
             É  a crise da economia açucareira no nordeste brasileiro. Ocorreu em 1710. A expulsão dos holandeses em Pernambuco, em 1654, agravou a crise do açúcar na região. Para manter os engenhos em funcionamento, os produtores de açúcar tiveram de solicitar empréstimos aos mascates, tornando-se os maiores credores.
            O Recife foi escolhido como sede da administração holandesa, recebendo investimentos nos engenhos açucareiros. Olinda, sede da Capitania, ficou praticamente destruída. Para amenizar os prejuízos causados pela guerra, os administradores aumentaram os impostos. Os recifenses opuseram-se e passaram a defender a elevação de seu povoado à categoria de vila.         
            Em 1709, o Recife foi elevado à categoria de vila autônoma. Os latifundiários olindenses não aprovaram a medida. A definição das fronteiras serviu de protesto para o início da guerra. O confronto entre as regiões teve início em 1710. Os rebeldes do Recife organizaram uma reação. A pacificação ficou a cargo do governo nomeado pela Coroa. Para evitar novos conflitos o governador adotou o sistema de residir 6 meses em cada vila.


Revolta da Vila Rica
            A rentabilidade gerada da mineração levaram a ideia de implantar na região uma administração diretamente subordinada à metrópole. As Intendência de Minas foram órgãos especiais que controlavam a exploração de ouro. Para garantir a produção de ouro, o governo metropolitano fundou as Casas de Fundição.
            As novas leis propostas foram recebidas com protestos pelos mineradores. Um dos principais movimentos ocorreu em 1720: A Revolta de Vila Rica ou Revolta de Filipe dos Santos, um tropeiro da região. Os rebeldes elaboraram um documento no qual denunciavam os funcionários do reino que atuavam nas Minas Gerais como corruptos e exigiam o fechamento das Casas de Fundição.
            O Conde de Assumar, governador da capitania, fingiu  concordar com as exigências, enquanto organizava suas tropas para combater o movimento. O tropeiro de origem portuguesa, Filipe dos Santos, considerado principal líder da movimento, foi condenado à morte e ao esquartejamento.



segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

EXPANSÃO DA AMÉRICA PORTUGUESA


EXPANSÃO TERRITORIAL DA AMÉRICA PORTUGUESA

A expansão territorial
No século XVII existiam limites territoriais que ainda não estavam bem estabelecidos, porque a Espanha ainda não havia demarcado seu território ibérico. Mas durante toda a União Ibérica, o tratado de Tordesilhas esteve anulado. A expansão do território brasileiro acontece a partir do descobrimento e vai até o tratado de Madri em 1750.
Nessa época teve seu território aumentado em duas vezes. Esse aumento é decorrente do desenvolvimento econômico e dos  interesses políticos que giravam em torno da colonização.
Já no século XVI, o povoamento colonial foi avançado aos poucos, mas apenas em áreas do litoral do nordeste e sudeste. Em meados do século XVII, houve um  desenvolvimento das atividades produtivas da colônia.
Acontece que na primeira metade do século XVII,  os bandeirantes paulistas seguem para o sul, atrás dos índios que eram protegidos pelos jesuítas, com passar do tempo, ele começam a ir em sentido contrário, Para Goiás, Minas Gerais e Mato grosso, onde começam a procurar ouro.
O bandeirismo
Logo no principio do bandeirismo, o seu intuito era prender os índios e vendê-los em terras que não se usavam negros como escravo, devido ao seu alto preço, assim vendiam os índios por um custo bem mais barato e os escravizavam. A facilidade do negócio deve-se ao Tratado de Tordesilhas que não estava em vigor devido à união Ibérica.
Esse movimento teve seu auge com a ocupação dos holandeses, com a interrupção do tráfico negreiro a mão-de-obra escrava estava diminuindo, com isso o preço dos escravos aumentou ainda mais, lucrando o bandeirismo com a venda dos índios escravos.
As razões do bandeirismo:
Uma das razões que motivou os bandeirantes foi à pobreza dos habitantes de São Paulo. No final do século XVI, quando o mercado açucareiro começou a entrar em declínio. A crise teve uma proporção tão grande, que os bandeirantes cultivavam alguns produtos, apenas para sua subsistência. Começou assim, ver novas riquezas nos sertões, índios que poderiam ser escravizados e metais preciosos, que tanto desejavam os portugueses.
Podemos dizer que os Bandeirantes foram homens corajosos, que os portugueses usaram para combater contra os índios rebeldes e escravos fugitivos, tudo isso aconteceu no começo da colonização do Brasil.
Podemos entender que o bandeirismo teve origem na obra dos Jesuítas com seu início em São Paulo, saiam de São Vicente para o interior do país por entre as florestas e seguindo o caminho dos rios, partindo assim rumo ao Rio grande do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.
Estas expedições tinham como objetivo predominante capturar os índios e procurar por pedras e metais preciosos. Contudo, estes homens ficaram historicamente conhecidos como os responsáveis pela conquista de grande parte do território brasileiro. Alguns chegaram até fora do território brasileiro, em locais como a Bolívia e o Uruguai.
Do século XVII em diante, o interesse dos portugueses passou a ser a procura por ouro e pedras preciosas. Então os bandeirantes Fernão dias Pais e seu genro Manuel Borba Gato se concentraram nestas buscas desbravando Minas Gerais. Depois outros bandeirantes foram para além da linha do Tratado de Tordesilhas e descobriram entre muitos metais preciosos, o ouro. Muitos aventureiros os seguiram, e, estes, permaneceram em Goiás e Mato Grosso dando início a formações das primeiras cidades. Nessa ocasião destacaram-se: Antonio Pedroso, Alvarenga e Bartolomeu Bueno da Veiga, o Anhanguera.
Pode-se dizer que os bandeirantes foram responsáveis pela expansão do território brasileiro, desbravando os sertões além do Tratado de Tordesilhas. Por outro lado, agiram de forma violenta na caça de indígenas e de escravos foragidos, contribuindo para a manutenção do sistema escravocrata que vigorava no Brasil Colônia.


NAVEGAÇÕES PORTUGUESAS


EXPANSÃO MARÍTIMA

No século XV, início da Idade Moderna, a Europa via sua economia cada vez mais comprometida com a queda de consumo dos bens produzidos na zona rural e agrícola. O mercado interno europeu passava por sérias complicações. Para abastecer o consumo, muitas vezes tinha que exportar produtos que vinham do Oriente, como especiarias, objetos raros e pedras preciosas.
Entretanto, para comprar este material os europeus tinham que negociar com os mercadores árabes, pois a única rota para fazer essa transação vinha pelo Mar Mediterrâneo, passando pelas cidades italianas de Gênova e Veneza. Muitos mercadores envolvidos na exportação de produtos acabavam tornando-os mais caros, o que acabou contribuindo para a crise econômica europeia.


Para evitar gastos com impostos sobre mercadorias, os europeus procuraram rotas alternativas para encontrar as Índias (de onde vinham os metais preciosos) e comprar os produtos de forma direta. Assim, estariam livres dos altos impostos cobrados.
As Expansões Marítimas  eram caras e nenhum comerciante rico era capaz de se embrenhar pelos mares sem recursos do rei. A figura do monarca era essencial para este empreendimento, pois ele conseguia captar recursos públicos de toda a nação para investir em embarcações mais resistentes. Foram criadas as primeiras bússolas e astrolábios para que os embarcadores pudessem se orientar. Um importante avanço foi o surgimento da primeira caravela, que tornava possível longas viagens marítimas.
A primeira nação europeia a realizar uma expansão marítima foi Portugal, graças a sua consolidação como Estado bem organizado militarmente e independência das demais nações do continente. Com o poder centralizado nas mãos do rei Dom João I, os portugueses começaram a enviar as primeiras embarcações marítimas, na busca dos produtos das Índias. Nessas empreitadas, acabou descobrindo outros territórios e novas possibilidades de atingir seus interesses.
Outro país que teve acentuada importância na Expansão Marítima foi a Espanha que, junto com Portugal, investiu na colonização dessas novas terras exploradas.
Dentre os principais fatores ligados à Expansão Marítima está o descobrimento do Brasil e da América, no final do século XV. Este novo continente foi crucial para que a economia da Europa se estabilizasse novamente.