segunda-feira, 24 de outubro de 2011

GABARITO ENEM 2011

TÁ AÍ PESSOAL...QUEM QUISER ANALISAR SEU DESEMPENHO...É SÓ CONFERIR.
NÃO É O GABARITO OFICIAL....MAS,É MUITO CONFIÁVEL.

CLICK NO LINK:
http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/enem/correcao-online-enem-2011/n1597290430939.html

E VEJA CADA UMA DAS QUESTÕES GABARITADA E COMENTADA.
          

BOA SORTE...

terça-feira, 18 de outubro de 2011

DICAS E CUIDADOS...MUITA CALMA NESSA HORA


Como serão as Provas do ENEM 2011

Segundo o portal INEP, Para realizar a prova do ENEM 2011 é necessário apresentar um documento de identificação original com foto. Confira os documentos aceitos:
· Cédula de Identidade ou RG, emitida por Secretarias de Segurança Pública, Forças Armadas, Polícia Militar ou Polícia Federal;
· Identidade expedida pelo Ministério das Relações Exteriores para estrangeiros;
· Identificação fornecida por Ordens ou Conselhos de Classe, que por lei tenham validade como documento de identificação;
· Carteira de trabalho e Previdência Social;
· Certificado de Reservista;
· Passaporte;
· Carteira Nacional de Habilitação com foto.
Em caso de perda de documento de identificação, o participante deve apresentar o Boletim de Ocorrência com data de, no máximo,90 dias antes da data da prova.
Serão quatro provas objetivas de múltipla escolha, cada uma, com 45 quesitos. Haverá ainda uma redação. As disciplinas cobradas nas 4 áreas do conhecimento são:
Área de Ciências Humanas e suas Tecnologias: História, Geografia, Filosofia e Sociologia.
Área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias: Química, Física e Biologia.
Área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Redação: Língua Portuguesa, Literatura, Língua Estrangeira (Inglês ou Espanhol), Artes, Educação Física e Tecnologias da Informação e Comunicação.
Área de Matemática e suas Tecnologias: Matemática.
No sábado, dia 22 serão aplicadas provas de Ciências Humanas e suas Tecnologias e de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, com duração de 4 horas e 30 minutos, contadas a partir da autorização do aplicador.
No domingo, 23 serão realizadas as provas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Redação e Matemática e suas Tecnologias, com duração de 5 horas e 30 minutos, contadas a partir da autorização do aplicador.

Fique Ligado para não deixar de Passar no ENEM 2011 por descuido

Antes de iniciar as provas verifique se o seu caderno de questões contém a quantidade de questões indicadas no seu cartão de respostas.
O estudante deve marcar nos cartões resposta a opção correspondente à cor da capa do caderno de questões e transcrever, nos cartões resposta, a frase apresentada na capa de seu caderno de questões. Os rascunhos e as marcações assinaladas nos cadernos de questões não serão considerados para fins de correção.
Antes de começar a redação lembre-se que deve ser um texto dissertativo-argumentativo de no máximo 30 linhas, desenvolvido a partir de uma situação problema e de subsídios oferecidos para que o participante desenvolva uma reflexão escrita sobre um tema de ordem política, social ou cultural.

O que dá nota zero na redação:

Não atender a proposta solicitada ou desenvolver outra estrutura textual que não seja a do tipo dissertativo-argumentativo, o que configurará “Fuga ao tema/não atendimento ao tipo textual”;
Entregar a Folha de Redação sem texto escrito, o que é considerado “Em Branco”;
Escrever até 7 (sete) linhas, qualquer que seja o conteúdo, o que configura “Texto insuficiente”;
Linhas com cópia dos textos motivadores apresentados no Caderno de Questões são desconsideradas para efeito de correção e de contagem do mínimo de linhas;
Apresentar impropérios, desenhos e outras formas propositais de anulação, que será considerada “Anulada”.

No dia da Prova faça tudo calmamente para evitar o pânico da Pressa

O ideal é na véspera do teste dormir “uma boa noite de sono” para estar descansado no dia seguinte. Também cuidar de alimentar-se sem exageros ou com algum tipo de comida exótica ao seu cardápio habitual.
Deixe tudo pronto: separe roupas, calçados, acessórios, material de prova e deixe à vista. Isso faz com que você ganhe tempo na hora de sair.
Faça uma refeição leve, porém com fibras para não ficar sem seus carboidratos e sem energia para o teste
BOA SORTE.

EXERCÍCIOS COMENTADOS



01.Fonte: Incra. Estatísticas cadastrais 1998.
O gráfico representa a relação entre o tamanho e a
totalidade dos imóveis rurais no Brasil. Que característica
da estrutura fundiária brasileira está evidenciada no
gráfico apresentado?
a) A concentraçao de terras nas mãos de poucos.
b) A existência de poucas terras agricultáveis.
c) O domínio territorial dos minifúndios.
d) A primazia da agricultura familiar.
e) A debilidade dos plantations modernos.
Resolução: A
A característica da estrutura fundiária evidenciada
pelo gráfico é a concentração de terras na mão de
poucos proprietários,  já que as propriedades com
área superior a 1.000 ha (os chamados latifúndios)
concentram 53% das terras agricultáveis do País.

02.A maioria das pessoas daqui era do campo. Vila Maria é
hoje exportadora de trabalhadores. Empresários de
Primavera do Leste, Estado de Mato Grosso, procuram o
bairro de Vila Maria para conseguir mão de obra. É gente
indo distante daqui 300, 400 quilômetros para ir trabalhar,
para ganhar sete conto por dia. (Carlito, 43 anos,
maranhense, entrevistado em 22/03/98).
Ribeiro, H. S. O migrante e a cidade: dilemas e conflitos.
Araraquara: Wunderlich, 2001 (adaptado).
O texto retrata um fenômeno vivenciado pela agricultura
brasileira nas últimas décadas do século XX,
consequência
a) dos impactos sociais da modernização da agricultura.
b) da recomposição dos salários do trabalhador rural.
c) da exigência de qualificação do trabalhador rural.
d) da diminuição da importância da agricultura.
e) dos processos de desvalorização de áreas rurais.
Resolução: A
O texto referente à questão retrata os impactos sociais
que a modernização da agricultura brasileira trouxe
ao deslocar trabalhadores de alguns centros para
outros em função de trabalho, nem sempre formal.
Tais impactos compreendem fatos como os enormes
deslocamentos feitos pelos trabalhadores, os baixos
salários auferidos, a situação do subemprego.

03.Os lixões são o pior tipo de disposição final dos resíduos
sólidos de uma cidade, representando um grave problema
ambiental e de saúde pública. Nesses locais, o lixo é
jogado diretamente no solo e a céu aberto, sem nenhuma
norma de controle, o que causa, entre outros problemas,
a contaminação do solo e das águas pelo chorume (líquido
escuro com alta carga poluidora, proveniente da
decomposição da matéria orgânica presente no lixo).
RICARDO, B.; CANPANILLI, M. Almanaque Brasil
Socioambiental 2008.
São Paulo, Instituto Socioambiental, 2007.
Considere um município que deposita os resíduos sólidos
produzidos por sua população em um lixão. Esse
procedimento é considerado um problema de saúde
pública porque os lixões
a) causam problemas respiratórios, devido ao mau cheiro
que provém da decomposição.
b) são locais propícios à proliferação de vetores de
doenças, além de contaminarem o solo e as águas.
c) provocam o fenômeno da chuva ácida, devido aos
gases oriundos da decomposição da matéria orgânica.
d) são instalados próximos ao centro das cidades,
afetando toda a população que circula diariamente na
área.
e) são responsáveis pelo desaparecimento das nascentes
na região onde são instalados, o que leva à escassez de
água.
Resolução: B
Os lixões, locais onde as comunidades dos municípios
depositam resíduos dos mais diversos tipos, são
propícios à proliferação de vetores de doenças, além
de contaminarem os solos e as águas com o chamado
chorume. Tal processo se intensifica quando os
terrenos utilizados pelos lixões não sofrerem o devido
processo da impermeabilização, o que impediria a
penetração do chorume.

04.A evolução do processo de transformação de matériasprimas em produtos acabados ocorreu em três estágios:
artesanato, manufatura e maquinofatura.
Um desses estágios foi o artesanato, em que se
a) trabalhava conforme o ritmo das máquinas e de
maneira padronizada.
b) trabalhava geralmente sem o uso de máquinas e de
modo diferente do modelo de produção em série.
c) empregavam fontes de energia abundantes para o
funcionamento das máquinas.
d) realizava parte da produção por cada operário, com uso
de máquinas e trabalho assalariado.
e) faziam interferências do processo produtivo por
técnicos e gerentes com vistas a determinar o ritmo de
produção.
Resolução: B
Durante a evolução da chamada Revolução Industrial,
um dos primeiros estágios do processo foi o
artesanato, quando o operário trabalhava geralmente
sem o uso de máquinas e não havia produção em série
(uma característica que iria ocorrer no período
fordista de produção). O trabalho era pouco
organizado e com baixa produtividade.  

05.A Inglaterra pedia lucros e recebia lucros, Tudo se
transformava em lucro. As cidades tinham sua sujeira
lucrativa, suas favelas lucrativas, sua fumaça lucrativa,
sua desordem lucrativa, sua ignorância lucrativa, seu
desespero lucrativo. As novas fábricas e os novos altosfornos eram como as Pirâmides, mostrando mais a
escravização do homem que seu poder.
DEANE, P. A Revolução Industrial. Rio de Janeiro: Zahar, 1979
(adaptado).
Qual relação é estabelecida no texto entre os avanços
tecnológicos ocorridos no contexto da Revolução
Industrial Inglesa e as características das cidades
industriais no início do século XIX?
a) A facilidade em se estabelecerem relações lucrativas
transformava as cidades em espaços privilegiados para
a livre iniciativa, característica da nova sociedade
capitalista.
b) O desenvolvimento de métodos de planejamento
urbano aumentava a eficiência do trabalho industrial.
c) A construção de núcleos urbanos integrados por meios
de transporte facilitava o deslocamento dos traba -
lhadores das periferias até as fábricas.
d) A grandiosidade dos prédios onde se localizavam as
fábricas revelava os avanços da engenharia e da
arquitetura do período, transformando as cidades em
locais de experimentação estética e artística.
e) O alto nível de exploração dos trabalhadores industriais
ocasionava o surgimento de aglomerados urbanos
marcados por péssimas condições de moradia, saúde e
higiene.
Resolução: E
O desenvolvimento acelerado das primeiras fases da
Revolução Industrial, a partir do século XVIII, causou
o crescimento assombroso e caótico das cidades,
fazendo surgir favelas e poluição, e colaborando com
as péssimas condições de moradia, saúde e higiene.
Observe-se que a alternativa A está correta, mas
insere-se em menor proporção no contexto descrito
pelo cabeçalho, coisa que a alternativa E melhor faz.

06.Quem construiu a Tebas de sete portas?
Nos livros estão nomes de reis.
Arrastaram eles os blocos de pedra?
E a Babilônia várias vezes destruída. Quem a reconstruiu
tantas vezes?
Em que casas da Lima dourada moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros, na noite em que a Muralha
da China ficou pronta?
A grande Roma está cheia de arcos do triunfo.
Quem os ergueu? Sobre quem triunfaram os césares?
BRECHT, B. Perguntas de um trabalhador que lê.
Disponível em: http://recantodasletras.uol.com.br. Acesso
em: 28 abr. 2010.
Partindo das reflexões de um trabalhador que lê um livro
de História, o autor censura a memória construída sobre
determinados monumentos e acontecimentos históricos. A
crítica refere-se ao fato de que
a) os agentes históricos de uma determinada sociedade
deveriam ser aqueles que realizaram feitos heroicos ou
grandiosos e, por isso, ficaram na memória.
b) a História deveria se preocupar em memorizar os
nomes de reis ou dos governantes das civilizações que
se desenvolveram ao longo do tempo. 
c) grandes monumentos históricos foram construídos por
trabalhadores, mas sua memória está vinculada aos
governantes das sociedades que os construíram. 
d) os trabalhadores consideram que a História é uma
ciência de difícil compreensão, pois trata de sociedades
antigas e distantes no tempo. 
e) as civilizações citadas no texto, embora muito
importantes, permanecem sem terem sido alvos de
pesquisas históricas.
Resolução: C
A alternativa constitui uma interpretação do texto de
Brecht, um dramaturgo marxista que incorpora a tese
de que a História deveria priorizar o papel das massas
em vez de glorificar os governantes.

07.O artigo 402 do Código penal Brasileiro de 1890 dizia:
Fazer nas ruas e praças públicas exercícios de agilidade e
destreza corporal, conhecidos pela denominação de
capoeiragem: andar em correrias, com armas ou
instrumentos capazes de produzir uma lesão corporal,
provocando tumulto ou desordens.
Pena: Prisão de dois a seis meses.
SOARES, C. E. L. A Negregada instituição: os capoeiras
no Rio de Janeiro: 1850-1890. Rio de Janeiro: Secretaria
Municipal de Cultura, 1994 (adaptado).
O artigo do primeiro Código Penal Republicano
naturaliza medidas socialmente excludentes. Nesse
contexto, tal regulamento expressava
a) a manutenção de parte da legislação do Império com
vistas ao controle da criminalidade urbana.
b) a defesa do retorno do cativeiro e escravidão pelos
primeiros governos do período republicano.
c) o caráter disciplinador de uma sociedade
industrializada, desejosa de um equilíbrio entre
progresso e civilização.
d) a criminalização de práticas culturais e a persistência
de valores que vinculavam certos grupos ao passado
de escravidão.
e) o poder do regime escravista, que mantinha os negros
como categoria social inferior, discriminada e
segregada.
Resolução: D
A alternativa endossa a capoeira, desenvolvida pelos
afrodescendentes, como manifestação cultural,
embora também visasse à autodefesa de seus
praticantes. Nessa linha de interpretação, as punições
impostas pelo Código Penal Republicano tinham não
apenas caráter repressivo, mas também objetivavam
a exclusão social de uma expressiva parcela da
população.

08.A política foi, inicialmente, a arte de impedir as pessoas
de se ocuparem do que lhes diz respeito. Posteriormente,
passou a ser a arte de compelir as pessoas a decidirem
sobre aquilo de que nada entendem.
VALÉRY, P. Cadernos. Apud BENEVIDES, M. V. M. 
A cidadania ativa. São Paulo: Ática, 1996.
Nessa definição, o autor entende que a história da política
está dividida em dois momentos principais: um primeiro,
marcado pelo autoritarismo excludente, e um segundo,
caracterizado por uma democracia incompleta.
Considerando o texto, qual é o elemento comum a esses
dois momentos da história política?
a) A distribuição equilibrada do poder.
b) O impedimento da participação popular.
c) O controle das decisões por uma minoria.
d) A valorização das opiniões mais competentes.
e) A sistematização dos processos decisórios.
Resolução: C
Segundo o autor, as decisões políticas sempre são
tomadas por uma minoria: a princípio, porque a
maioria é excluída do processo decisório; depois,
porque essa mesma maioria é induzida a tomar
decisões que na realidade não partem dela.

09.O príncipe, portanto, não deve se incomodar com a
reputação de cruel, se seu propósito é manter o povo
unido e leal. De fato, com uns poucos exemplos duros
poderá ser mais clemente do que outros que, por muita
piedade, permitem os distúrbios que levem ao assassínio
e ao roubo.
MAQUIAVEL, N. O Príncipe,
São Paulo: Martin Claret, 2009.
No século XVI, Maquiavel escreveu O Príncipe, reflexão
sobre a Monarquia e a função do governante.
A manutenção da ordem social, segundo esse autor,
baseava-se na
a) inércia do julgamento de crimes polêmicos.
b) bondade em relação ao comportamento dos
mercenários.
c) compaixão quanto à condenação de transgressões
religiosas.
d) neutralidade diante da condenação dos servos.
e) conveniência entre o poder tirânico e a moral do
príncipe.
Resolução: E
De acordo com Maquiavel (primeiro teorizador do
absolutismo), o “poder tirânico” do governante é
necessário para manter a ordem no corpo social; por
essa razão, a moral do príncipe não deve se pautar
pelos valores tradicionais, devendo moldar-se pela
conveniência da “razão de Estado”.

10.De março de 1931 a fevereiro de 1940, foram decretadas
mais de 150 leis novas de proteção social e de
regulamentação do trabalho em todos os seus setores.
Todas elas têm sido simplesmente uma dádiva do
governo. Desde aí, o trabalhador brasileiro encontra nos
quadros gerais do regime o seu verdadeiro lugar.
DANTAS, M. A força nacionalizadora do Estado  Novo. Rio
de Janeiro: DIP, 1942. Apud BERCITO, S. R. Nos Tempos
de Getúlio: da revolução de 30 ao fim do Estado Novo.
São Paulo: Atual, 1990.
A adoção de novas políticas públicas e as mudanças
jurídico-institucionais ocorridas no Brasil, com a
ascensão de Getúlio Vargas ao pode+r, evidenciam o
papel histórico de certas lideranças e a importância das
lutas sociais na conquista da cidadania. Desse processo
resultou a 
a) criação do Ministério do Trabalho, Indústria e
Comércio, que garantiu ao operariado autonomia para
o exercício de atividades sindicais.
b) legislação previdenciária, que proibiu migrantes de
ocuparem cargos de direção nos sindicatos
c) criação da Justiça do Trabalho, para coibir ideologias
consideradas perturbadoras da "harmonia social".
d) legislação trabalhista que atendeu reivindicações dos
operários, garantido-lhes vários direitos e formas de
proteção.
e) decretação da Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), que impediu o controle estatal sobre as
atividades políticas da classe operária.
Resolução: D
As conquistas alcançadas pelos trabalhadores
brasileiros na Era Vargas resultaram da conjunção de
duas vertentes: a luta social empreendida pelos
operários desde o anarcossindicalismo das primeiras
décadas do século XX, passando pela criação do PCB
em 1922, e o populismo de Vargas, sensível às
aspirações dos trabalhadores e direcionado para
atendê-las, mas também convertendo-as em capital
político para sua permanência à frente do Estado.

sábado, 1 de outubro de 2011

PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

Para entendermos como o Brasil se tornou uma nação independente, devemos perceber como as transformações políticas, econômicas e sociais da época abriram espaço para a possibilidade da independência.

O que tem a ver a Revolução Francesa com a Independência do Brasil? 

O elo entre os dois fatos históricos é um episódio que ficou conhecido como Bloqueio continental.

O imperador francês, Napoleão Bonaparte, havia colocado em prática uma política militar expansionista, com intuito de estender seu domínio sobre toda a Europa. Mas a Inglaterra, a maior potência industrial européia, conseguiu resistir às tentativas de conquista por parte da França napoleônica.

Com o objetivo de quebrar a resistência da Inglaterra, Napoleão tentou sufocá-la economicamente proibindo os países europeus de comercializarem com os ingleses, ao decretar, em 1806, o Bloqueio Continental.

Portugal  e o bloqueio continental

                                                
Portugal se encontrava numa situação bastante difícil, sofrendo pressões tanto dos ingleses quanto dos franceses.

De um lado, Napoleão exigia que Portugal rompesse política e economicamente com a Inglaterra, fechasse seus portos e expulsasse o embaixador inglês.

Mas a Inglaterra tinha fortes laços comerciais com Portugal. Por conta disso, os ingleses pressionaram os portugueses para que assinassem uma convenção secreta, que asseguraria a Portugal a transferência da sede da monarquia lusitana para o Brasil.

Em contrapartida, os portugueses deveriam tomar as seguintes medidas em benefício da Inglaterra: a entrega da esquadra portuguesa; a entrega da Ilha da Madeira; a concessão de um porto livre em território colonial brasileiro; e a assinatura de inúmeros tratados de comércio exclusivamente com os ingleses.

A chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil foi episódio de grande importância para que possamos iniciar as justificativas da nossa independência. Ao pisar em solo brasileiro, Dom João VI tratou de cumprir os acordos firmados com a Inglaterra, que se comprometera em defender Portugal das tropas de Napoleão e escoltar a Corte Portuguesa ao litoral brasileiro. Por isso, mesmo antes de chegar à capital da colônia, o rei português realizou a abertura dos portos brasileiros às demais nações do mundo.

Do ponto de vista econômico, essa medida pode ser vista como um primeiro “grito de independência”, onde a colônia brasileira não mais estaria atrelada ao monopólio comercial imposto pelo antigo pacto colonial. Com tal medida, os grandes produtores agrícolas e comerciantes nacionais puderam avolumar os seus negócios e viver um tempo de prosperidade material nunca antes experimentado em toda história colonial. A liberdade já era sentida no bolso de nossas elites.


Foi nesse contexto que uma revolução constitucionalista tomou conta dos quadros políticos portugueses em agosto de 1820. A Revolução Liberal do Porto tinha como objetivo reestruturar a soberania política portuguesa por meio de uma reforma liberal que limitaria os poderes do rei e reconduziria o Brasil à condição de colônia.

Temendo perder sua autoridade real, D. João saiu do Brasil em 1821 e nomeou seu filho, Dom Pedro I, como príncipe regente do Brasil.

A medida ainda foi acompanhada pelo rombo dos cofres brasileiros, o que deixou a nação em péssimas condições financeiras. Em meio às conturbações políticas que se viam contrárias às intenções políticas dos lusitanos, Dom Pedro I tratou de tomar medidas em favor da população tupiniquim. Entre suas primeiras medidas, o príncipe regente baixou os impostos e equiparou as autoridades militares nacionais às lusitanas. Naturalmente, tais ações desagradaram bastante as Cortes de Portugal.

Mediante as claras intenções de Dom Pedro, as Cortes exigiram que o príncipe retornasse para Portugal e entregasse o Brasil ao controle de uma junta administrativa formada pelas Cortes. A ameaça vinda de Portugal despertou a elite econômica brasileira para o risco que as benesses econômicas conquistadas ao longo do período joanino corriam. Dessa maneira, grandes fazendeiros e comerciantes passaram a defender a ascensão política de Dom Pedro I à líder da independência brasileira.

No final de 1821, quando as pressões das Cortes atingiram sua força máxima, os defensores da independência organizaram um grande abaixo-assinado requerendo a permanência e Dom Pedro no Brasil. A demonstração de apoio dada foi retribuída quando, em 9 de janeiro de 1822, Dom Pedro I reafirmou sua permanência no conhecido Dia do Fico. A partir desse ato público, o príncipe regente assinalou qual era seu posici
onamento político.

"Independência ou morte".

PRIMEIRO REINADO

O Primeiro Reinado é a fase da História do Brasil que corresponde ao governo de D. Pedro I. Tem início em 7 de setembro de 1822, com a Independência do Brasil e termina em 7 de abril de 1831, com a abdicação de D. Pedro I.O governo de D. Pedro I enfrentou muitas dificuldades para consolidar a independência, pois no Primeiro Reinado ocorrem muitas revoltas regionais, oposições políticas internas.




Reações ao processo de Independência

Em algumas províncias do Norte e Nordeste do Brasil, militares e políticos, ligados a Portugal, não queriam reconhecer o novo governo de D. Pedro I. Nestas regiões ocorreram muitos protestos e reações políticas. Nas províncias do Grão-Pará, Maranhão, Piauí e Bahia ocorreram conflitos armados entre tropas locais e oficiais.

Constituição de 1824

Em 1823, durante a elaboração da primeira Constituição brasileira, os políticos tentaram limitar os poderes do imperador. Foi uma reação política a forma autoritária de governar do imperador. Neste mesmo ano, o imperador, insatisfeito com a Assembléia Constituinte, ordenou que as forças armadas fechassem a Assembléia. Alguns deputados foram presos.

D.Pedro I escolheu dez pessoas de sua confiança para elaborar a nova Constituição. Esta foi outorgada em 25 de março de 1824 e apresentou todos os interesses autoritários do imperador. Além de definir os três poderes (legislativo, executivo e judiciário), criou o poder Moderador, exclusivo do imperador, que lhe concedia diversos poderes políticos.

A Constituição de 1824 também definiu leis para o processo eleitoral no país. De acordo com ela, só poderiam votar os grandes proprietários de terras, do sexo masculino e com mais de 25 anos. Para ser candidato também era necessário comprovar alta renda (400.000 réis por ano para deputado federal e 800.000 réis para senador).

Guerra da Cisplatina

Este foi outro fato que contribuiu para aumentar o descontentamento e a oposição ao governo de D.Pedro I. Entre 1825 e 1828, o Brasil se envolveu na Guerra da Cisplatina, conflito pelo qual esta província brasileira (atual Uruguai) reivindicava a independência. A guerra gerou muitas mortes e gastos financeiros para o império. Derrotado, o Brasil teve que reconhecer a independência da Cisplatina que passou a se chamar República Oriental do Uruguai.
Confederação do Equador
                                                        
As províncias de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará formaram, em 1824 a Confederação do Equador. Era a tentativa de criar um estado independente e autônomo do governo central. A insatisfação popular com as condições sociais do país e o descontentamento político da classe média e fazendeiros da região com o autoritarismo de D.Pedro I foram as principais causas deste movimento.

Em 1824, Manuel de Carvalho Pais de Andrade tornou-se líder do movimento separatista e declarou guerra ao governo imperial.

O governo central reagiu rapidamente e com todos as forças contra as províncias separatistas. Muitos revoltosos foram presos, sendo que dezenove foram condenados a morte. A confederação foi desfeita, porém a insatisfação com o governo de D.Pedro I só aumentou.

Desgaste e crise do governo de D.Pedro I

Nove anos após a Independência do Brasil, a governo de D.Pedro I estava extremamente desgastado. O descontentamento popular com a situação social do país era grande. O autoritarismo do imperador deixava grande parte da elite política descontente. A derrota na Guerra da Cisplatina só gerou prejuízos financeiros e sofrimento para as famílias dos soldados mortos. Além disso, as revoltas e movimentos sociais de oposição foram desgastando, aos poucos, o governo imperial.

Outro fato que pesou contra o imperador foi o assassinato do jornalista Libero Badaró. Forte crítico do governo imperial, Badaró foi assassinado no final de 1830. A polícia não encontrou o assassino, porém a desconfiança popular caiu sobre homens ligados ao governo imperial.
                                                    
Em março de 1831, após retornar de Minas Gerais, D.Pedro I foi recebido no Rio de Janeiro com atos de protestos de opositores. Alguns mais exaltados chegaram a jogar garrafas no imperador, conflito que ficou conhecido como “A Noite das Garrafadas”. Os comerciantes portugueses, que apoiavam D.Pedro I entraram em conflitos de rua com os opositores.

Abdicação                                           
Sentindo a forte oposição ao seu governo e o crescente descontentamento popular, D.Pedro percebeu que não tinha mais autoridade e forças políticas para se manter no poder.

Em 7 de abril de 1831, D.Pedro I abdicou em favor de seu filho Pedro de Alcântara, então com apenas 5 anos de idade. Logo ao deixar o poder viajou para a Europa.