sábado, 21 de março de 2015

MANDU LADINO - UM HEROI PIAUIENSE

“No Piauí, no Período Colonial, ocorreu o mais cruento extermínio de nações indígenas da América do Sul. Iniciado no século XVII, o processo de extermínio, prolongou-se até as primeiras décadas do século XIX.”

A história do Piauí é obscura, lamentável e sangrenta. Sobre o nosso solo correram sangue de nações indígenas inteiras, exterminadas pela ganância de uma classe dominante belicamente mais forte e organizada. 
Tudo isso ocorreu para que aqui fosse implantada a empresa pecuarista que, durante muito tempo existia como atividade econômica secundária da colônia portuguesa.
É neste contexto, que o Piauí foi palco da maior resistência nativa organizada que a História do Brasil conheceu...e este movimento teve um líder, Mandu Ladino:


Nascido no Piauí, em Altos ou São Miguel do Tapuio. 
Educado pelos jesuítas da Ibiabapa, rebelou-se, fugiu e foi preso como escravo. Conquistou a confiança do seu dono, tornando-se uma espécie de boiadeiro. 
Vingou-se do assassinato da irmã, aniquilando o mestre-de-campo Souto Maior e todos os seus oficiais.
Reuniu Aranis, Potis, Cariris e outras tribos inimigas, formando uma nação de índios rebelados, cujas lutas duraram de 1712 até 1718. 
Em 1717, no Portos das Barcas, atravessando o Igaraçu, foi alvejado e morto por afogamento.
Representa para os povos índigenas o mesmo que Zumbi representa para os negros. 
O Delta do Parnaíba foi o último trecho da costa brasileira a ser dominada pelos colonizadores, graças a Mandu Ladino.



"Que todos saibam que aqui houve um massacre, que aqui houve um povo que lutou contra a repressão e que essa sociedade presente nada mais é do que uma sociedade de mestiços, 
com fortes traços dos nativos que aqui viveram e nos deixaram como maior herança, o poder da resistência."

quinta-feira, 12 de março de 2015

ILUMINISMO X ABSOLUTISMO




O Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu durante o século XVIII na Europa, que defendia o uso da razão (luz) contra o antigo regime (trevas)  e pregava maior liberdade econômica e política.

Este movimento promoveu mudanças políticas, econômicas e sociais, baseadas nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.

O Iluminismo tinha o apoio da burguesia, pois os pensadores e os burgueses tinham interesses comuns.

As críticas do movimento ao Antigo Regime eram em vários aspectos como:

- Mercantilismo.
-Absolutismo monárquico.
- Poder da igreja e as verdades reveladas pela fé.

Com base nos três pontos  acima, podemos afirmar que o Iluminismo defendia:
- A liberdade econômica, ou seja, sem a intervenção do estado na economia.
- O Antropocentrismo, ou seja, o avanço da ciência e da razão.
- O predomínio da burguesia e seus ideais.

As idéias liberais do Iluminismo se disseminaram rapidamente pela população. Alguns reis absolutistas, com medo de perder o governo - ou mesmo a cabeça -, passaram a aceitar algumas idéias iluministas.
Estes reis eram denominados Déspotas Esclarecidos, pois tentavam conciliar o jeito de governar absolutista com as idéias de progresso iluministas.
Alguns representantes do despotismo esclarecido foram: Frederico II, da Prússia; Catarina II, da Rússia; e Marquês de Pombal, de Portugal.
Alguns pensadores ficaram famosos e tiveram destaque por suas obras e idéias neste período. São eles:
John Locke 
Dizia que todos os homens ao nascer tinham os mesmos direitos: direito a vida, a liberdade e a fraternidade. Para garantir DIREITOS NATURAIS, os homens haviam criado governos. Se esses governos, contudo, nao respeitassem a vida, a liberdade e a propriedade, as pessoas teriam direito de se revoltar contra eles. As pessoas poderiam questionar as autoridades.
Locke defendia o direito de cada pessoa escolher a religião, apoiar um grupo politico, defender suas ideias em publico por meio da imprensa. Esses direitos deveriam ser respeitados pelos governantes. Todo poder emana do povo, pelo povo e para o povo”.
Defendeu a liberdade dos cidadãos e Condenou o absolutismo.

Voltaire

François Marie Arouet Voltaire destacou-se pelas críticas feitas ao clero católico, à inflexibilidade religiosa e à prepotência dos poderosos.

Montesquieu
Charles de Secondat Montesquieu em sua  obra “O espírito das leis”  defendeu a tripartição de poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário.
Fazia forte oposição ao Absolutismo
Maquiavel
Escreveu, O Príncipe...É este livro que sugere a famosa expressão os fins justificam os meios, significando que não importa o que o governante faça em seus domínios, desde que seja para manter-se como autoridade, entretanto a expressão não se encontra no texto, mas tornou-se uma interpretação tradicional do pensamento maquiavélico. Para entender sua teoria é necessário colocá-lo no contexto da Itália renascentista, em que se lutava contra os particularismos locais. 
O livro retrata a experiência de Maquiavel em analisar as estruturas de um governo, oferecendo ao príncipe Lourenço de Médici uma forma de manter-se permanentemente no poder, sem ser odiado por seu povo.

Thomas Hobbes
Defendia a ideia segundo a qual os homens só podem viver em paz se concordarem em submeter-se a um poder absoluto e centralizado.
Rousseau

Jean-Jacques Rousseau é autor da obra “O contrato social”, na qual afirma que o soberano deveria dirigir o Estado conforme a vontade do povo. Apenas um Estado com bases democráticas teria condições de oferecer igualdade jurídica a todos os cidadãos.
Rousseau destacou-se também como defensor da pequena burguesia.

Quesnay 
François Quesnay foi o representante oficial da fisiocracia. Os fisiocratas pregavam um capitalismo agrário sem a interferência do Estado.

Adam Smith 
Adam Smith foi o principal representante de um conjunto de idéias denominado liberalismo econômico, o qual é composto pelo seguinte:
- o Estado é legitimamente poderoso se for rico;
- para enriquecer, o Estado necessita expandir as atividades econômicas capitalistas;
- para expandir as atividades capitalistas, o Estado deve dar liberdade econômica e política para os grupos particulares.
A principal obra de Smith foi “A riqueza das nações”, na qual ele defende que a economia deveria ser conduzida pelo livre jogo da oferta e da procura.
O AUGE DO ABSOLUTISMO
A maior representação do poder absolutismo na Europa foi sem dúvida, o rei francês Luiz XIV que certa vez afirmou:
"...É somente na minha pessoa que reside o poder soberano… é somente de mim que os meus tribunais recebem a sua existência e a sua autoridade; a plenitude desta autoridade, que eles não exercem senão em meu nome, permanece sempre em mim, e o seu uso nunca pode ser contra mim voltado..."
SÍMBOLO DO ABSOLUTISMO FRANCÊS - PALÁCIO DE VERSALHES
Construído pelo rei Luís XIV, o "Rei Sol", a partir de 1664, veio mais tarde a tornar-se, em 1682, a residência oficial do monarca e também o símbolo da monarquia absolutista, sustentada pelo rei. Considerado o maior palácio da época e um dos maiores atualmente, o Palácio de Versalhes possui uma ampla extensão que ocupa mais de 100 hectares, possuindo 700 quartos, 352 chaminés, 1250 lareiras, 67 escadas, 2153 janelas e um parque de 700 hectares. Pela sua opulência e grandiosidade, tornou-se o mais luxuoso de toda a Europa, tendo sido, por inúmeras vezes, copiado.