segunda-feira, 6 de junho de 2011

IDADE MÉDIA -A GRANDE NOITE DE MIL ANOS


Introdução
Com a queda do Império Romano do Ocidente em 476, a Europa passou a conviver com uma lacuna no poder temporal, pois o poder político fora fragmentado pelos reinos bárbaros invasores ali instalados. Já a Igreja manteve intacto seu poder espiritual e ideológico. Conforme afirma Perry Anderson (2004, p. 89), a igreja cristã passou a ser a única ponte entre o mundo antigo e o mundo medieval, a Igreja tornou-se a única instituição da Antigüidade a manter-se intacta após a queda de Roma. Foi a Igreja que manteve a cultura e a lei romana preservada mesmo com a queda do Império. É importante que esta Igreja, como instituição, já caminha em direção à criação da Igreja Católica Apostólica Romana, pois nesta época como em nossos dias, esta Igreja tornara-se muito mais uma instituição política do que a verdadeira igreja surgida com os primeiros apóstolos em Jerusalém.
Das tribos bárbaras ao Império Carolíngio
O crescente número de invasões bárbaras e o avanço dos árabes muçulmanos, fez com que a igreja medieval, agora temerosa com esses invasores, buscasse um novo sistema de governo capaz de reunificar a Europa ou de um novo chefe de Estado capaz de reavivar o Império Romano do Ocidente. Esta tentativa de unificação ainda esbarrava na falta de reis cristãos, pois as tribos que se instalavam na Europa eram em sua maioria pagãs ou convertidas à heresia cristã do arianismo.
As tribos germânicas que invadiram o Império Romano eram basicamente tribos rurais e patriarcais divididas em clãs de famílias. Não tinham noções de Estado. A base agrária era formada por camponeses livres e a terra era coletiva, com raríssimas exceções tinham escravos.
No século V, Clóvis I (481-511) unificou as tribos francas e instituiu o primeiro Estado dos Francos. A Igreja Romana viu nesta unificação a possibilidade de um aliado militar, já que Clóvis buscava sustentação ao seu governo e vê na igreja o poder ideológico que lhe faltava. Igreja e Clóvis aliam-se. A igreja unge Clóvis como o primeiro rei cristão dos francos, a união é oficializada com o batismo do monarca e de seus oficiais.
Clóvis fundou a Dinastia Merovíngia, nome em homenagem ao seu avô Meroveu, que fora um importante líder tribal franco.
Ao morrer em 511, Clóvis, deixou como herdeiros seus quatro filhos. Os filhos de Clóvis dividiram o reino em quatro partes, cada um deles governando um reino distinto. Esta divisão causou o enfraquecimento político e militar dos francos. O povo discordando das políticas desses reis e por não ver neles nada além de uma corte pomposa e sem efeitos práticos, passou a chamá-los de “reis vagabundos”.
A inabilidade política dos descendentes de Clóvis ocasionou a passagem do governo às mãos dos Prefeitos de Palácio, também conhecidos como Mordomos de Palácio, eram esses prefeitos que de fato passaram a governar, quase como num sistema de monarquia parlamentarista.
Os prefeitos palacianos governavam o Estado e o exército. Com o descrédito dos reis, passaram a receber o apoio do povo e dos integrantes do exército.
O principal destes mordomos palacianos foi Carlos Martel (715-741), sua fama cresceu quando venceu os visigodos em 711 e os árabes na batalha de Poitiers em 732.
Carlos Martel teve no exército os seus fiéis seguidores e teve, também, a simpatia do povo. Martel venceu diversas batalhas impedindo às invasões árabes, os árabes tentavam subir a Península Ibérica em direção da Gália. As conquistas de Martel garantiram aos Francos uma grande quantidade de terras, terras que Martel dividiu entre seus oficiais. Porém, esta política de Carlos Martel entrou em choque com a Igreja quando este tomou terras outrora pertencentes à Igreja e as dividiu entre seus fiéis seguidores. Quando morreu, seu filho Pepino o Breve assumiu seu posto.
Pepino contando com a simpatia do povo e do exército aliou-se à Igreja romana, devolvendo-lhes parte das terras confiscadas.
Pepino percebendo a fragilidade dos reis merovíngios, deu um golpe de Estado tomando o trono dos Francos. Pepino reunificou-os em um só reino, ampliou as fronteira de seu reino e expulsou os Lombardos da Itália entregando essas terras à Igreja. Igreja e Estado estavam novamente unidos.
Pepino deixou para seu filho, Carlos Magno, um grande e próspero reino. Porém, este reino era novamente ameaçado pelas invasões árabes na Península Ibérica, pelos vickings no Norte e pelos eslavos no Leste.
Carlos Magno venceu os árabes, conteve o avanço dos eslavos e expulsou os vickings da Gália. Ao vencer os invasores, Carlos Magno reconquistou a maior parte dos territórios do antigo Império Romano do Ocidente.
Ao ver a possibilidade de reavivar o Império Romano, o papa Leão III, líder da Igreja Romana na época, ungiu a Carlos Magno como imperador do Sacro Império Romano, esta celebração aconteceu na data simbólica de 25 de dezembro de 800, ou seja, em pleno natal, a data mais sagrada do cristianismo. Igreja e Estado estavam de mãos dadas. A monarquia carolíngia representava a mais efetiva realização do sonho de renascimento do Império Romano por parte da igreja medieval.
Carlos Magno deu seqüência às distribuições de terras aos seus oficiais e soldados de destaque. Para garantir o apoio militar destes arrendatários, Carlos Magno, os dava títulos de nobreza, os nomeando Condes, cada qual responsável por seu Condado, com isso Carlos Magno fortaleceu uma nobreza proprietária e militarizada, que pouco a pouco foi tornando-se autônoma.
Para conter as invasões estrangeiras, Carlos Magno criou nas regiões fronteiriças do império, as Marcas, os governantes das Marcas eram os marqueses. Essa medida trouxe bons resultados imediatos, porém com o tempo esses marqueses passaram a usufruir de uma grande influência política nas regiões em que ocupavam, logo tornando-se auto-sustentáveis.
Conclusão
Com a regionalização do poder e a criação de uma poderosa nobreza foram dados os passos decisivos para o surgimento do feudalismo, como de fato ocorreu após a morte de Carlos Magno em 814.
"A época da morte de Carlos Magno, as instituições centrais do feudalismo já estavam presentes, sob o dossel de um Império centralizado pseudo-romano. Na verdade, logo tornou-se claro que a rápida disseminação dos benefícios e a crescente possibilidade de hereditariedade tendiam a minar por baixo todo o canhestro aparato do Estado carolíngio. (...) A unidade interna logo desmoronou, entre guerras civis de sucessão e a crescente regionalização da aristocracia que o mantivera coeso". (ANDERSON, 2004,p. 136).
Já o problema da mão de obra foi resolvido com o progressivo processo de transformação dos trabalhadores livres em servos. A nobreza carolíngia adotou o sistema de servidão forçando os trabalhadores a submeterem-se a um sistema onde ficavam presos a terra que cultivavam. Foram lançados os alicerces do sistema feudal que dominaria o cenário europeu dos próximos séculos.
O feudalismo foi, portanto, o resultado da síntese cultural, econômica e política da associação do poder administrativo Carolíngio, e sua fragmentação, e do poder ideológico da Igreja Romana.

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FEUDALISMO
Introdução 
Conceito de feudalismo: sistema político, econômico e social que vigorou na Idade Média.

O feudalismo tem inicio com as invasões germânicas (bárbaras ), no século V, sobre o Império Romano do Ocidente (Europa). As características gerais do feudalismo são: poder descentralizado (nas mãos dos senhores feudais), economia baseada na agricultura e utilização do trabalho dos servos. 
Estrutura Política do Feudalismo 
Prevaleceram na Idade Média as relações de vassalagem e suserania. O suserano era quem dava um lote de terra ao vassalo, sendo que este último deveria prestar fidelidade e ajuda ao seu suserano. O vassalo oferece ao senhor, ou suserano, fidelidade e trabalho, em troca de proteção e um lugar no sistema de produção. As redes de vassalagem se estendiam por várias regiões, sendo o rei o suserano mais poderoso.
Todos os poderes, jurídico, econômico e político concentravam-se nas mãos dos senhores feudais, donos de lotes de terras (feudos).

Sociedade feudal 
A sociedade feudal era estática (com pouca mobilidade social) e hierarquizada. A nobreza feudal (senhores feudais, cavaleiros, condes, duques, viscondes) era detentora de terras e arrecadava impostos dos camponeses. O clero (membros da Igreja Católica) tinha um grande poder, pois era responsável pela proteção espiritual da sociedade. Era isento de impostos e arrecadava o dízimo. A terceira camada da sociedade era formada pelos servos (camponeses) e pequenos artesãos. Os servos deviam pagar várias taxas e tributos aos senhores feudais, tais como: corvéia (trabalho de 3 a 4 dias nas terras do senhor feudal), talha (metade da produção), banalidade (taxas pagas pela utilização do moinho e forno do senhor feudal).

Economia feudal
A economia feudal baseava-se principalmente na agricultura. Existiam moedas na Idade Média, porém eram pouco utilizadas. As trocas de produtos e mercadorias eram comuns na economia feudal. O feudo era a base econômica deste período, pois quem tinha a terra possuía mais poder. O artesanato também era praticado na Idade Média. A produção era baixa, pois as técnicas de trabalho agrícola eram extremamente rudimentares. O arado puxado por bois era muito utilizado na agricultura.
Religião 
Na Idade Média, a Igreja Católica dominava o cenário religioso. Detentora do poder espiritual, a Igreja influenciava o modo de pensar, a psicologia e as formas de comportamento na Idade Média. A igreja também tinha grande poder econômico, pois possuía terras em grande quantidade e até mesmo servos trabalhando. Os monges viviam em mosteiros e eram responsáveis pela proteção espiritual da sociedade. Passavam grande parte do tempo rezando e copiando livros e a Bíblia.
As Guerras 
A guerra no tempo do feudalismo era uma das principais formas de obter poder. Os senhores feudais envolviam-se em guerras para aumentar suas terras e poder. Os cavaleiros formavam a base dos exércitos medievais. Corajosos, leais e equipados com escudos, elmos e espadas, representavam o que havia de mais nobre no período medieval. O residência dos nobres eram castelos fortificados, projetados para serem residências e, ao mesmo tempo, sistema de proteção.
Educação, artes e cultura
educação era para poucos, pois só os filhos dos nobres estudavam. Marcada pela influência da Igreja, ensinava-se o latim, doutrinas religiosas e táticas de guerras. Grande parte da população medieval era analfabeta e não tinha acesso aos livros.
arte medieval também era fortemente marcada pela religiosidade da época. As pinturas retratavam passagens da Bíblia e ensinamentos religiosos. As pinturas medievais e os vitrais das igrejas eram formas de ensinar à população um pouco mais sobre a religião.
Podemos dizer que, em geral, a cultura e a arte medieval foram fortemente influenciadas pela religião. Na arquitetura destacou-se a construção decastelos, igrejas e catedrais.
O fim do feudalismo
O feudalismo não terminou de uma hora para outra, ou seja, de forma repentina. Ele foi aos poucos se enfraquecendo e sendo substituído pelo sistema capitalista. Podemos dizer o feudalismo começou a entrar em crise, em algumas regiões da Europa, já no século XII, com várias mudanças sociais, políticas e econômicas. O renascimento comercial, por exemplo, teve um grande papel na transição do feudalismo para o capitalismo.






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IMPÉRIO BIZANTINO
Introdução
No século IV o Império Romano dava sinais claros da queda de seu poder no ocidente, principalmente em função da invasão dos bárbaros (povos germânicos) através de suas fronteiras. Diante disso, o Imperador Constantino transferiu a capital do Império Romano para a cidade oriental de Bizâncio, que passou a ser chamada de Constantinopla. Esta mudança, ao mesmo tempo em que significava a queda do poder no ocidente, tinha o seu lado positivo, pois a localização de Constantinopla, entre o mar Negro e o mar Mármara, facilitava muito o comércio na região, fato que favoreceu enormemente a restauração da cidade, transformando-a em uma Nova Roma.

Reinado de Justiniano 
O auge deste império foi atingido durante o reinado do imperador Justiniano (527-565), que visava reconquistar o poder que o Império Romano havia perdido no ocidente. Com este objetivo, ele buscou uma relação pacífica com os persas, retomou o norte da África, a Itália e a Espanha. Durante seu governo, Justiniano recuperou grande parte daquele que foi o Império Romano do Ocidente. 
Religião 
A religião foi fundamental para a manutenção do Império Bizantino, pois as doutrinas dirigidas a esta sociedade eram as mesmas da sociedade romana. O cristianismo ocupava um lugar de destaque na vida dos bizantinos e podia ser observado, inclusive, nas mais diferentes manifestações artísticas. As catedrais e os mosaicos bizantino estão entre as obras de arte e arquitetura mais belos do mundo. 
Os monges, além de ganhar muito dinheiro com a venda de ícones, também tinham forte poder de manipulação sobre sociedade. Entretanto, incomodado com este poder, o governo proibiu a veneração de imagens, a não ser a de Jesus Cristo, e decretou pena de morte a todos aqueles que as adorassem. Esta guerra contra as imagens ficou conhecida como A Questão Iconoclasta. 
Sociedade bizantina 
A sociedade bizantina era totalmente hierarquizada. No topo da sociedade encontrava-se o imperador e sua família. Logo abaixo vinha a nobreza formada pelos assessores do rei. Abaixo destes estava o alto clero. A elite era composta por ricos fazendeiros, comerciantes e donos de oficinas artesanais. Uma camada média da sociedade era formada por pequenos agricultores, trabalhadores das oficinas de artesanato e pelo baixo claro. Grande parte da população era formada por pobres camponeses que trabalhavam muito, ganhavam pouco e pagavam altas taxas de impostos.
Crise e Tomada de Constantinopla 
Após a morte de Justiniano, o Império Bizantino ficou a mercê de diversas invasões, e, a partir daí, deu-se início a queda de Constantinopla. Com seu enfraquecimento, o império foi divido entre diferentes realezas feudais. Constantinopla teve sua queda definitiva no ano de 1453, após ser tomada pelos turcos. 
Atualidade 
Atualmente, Constantinopla é conhecida como Istambul e pertence à Turquia. Apesar de um passado turbulento, seu centro histórico encanta e impressiona muitos turistas devido à riquíssima variedade cultural que dá mostras dos diferentes povos e culturas que por lá passaram.
Igreja de Santa Sofia


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OS ÁRABES

Duas Épocas da História:- Pré-islâmica: antes da criação da religião muçulmana (ano 570)
- Islâmica: após a criação do islamismo
A Arábia Pré-Islâmica (até 570)- Árabes do deserto (Beduínos): eram nômades - transporte de mercadorias em camelos e pastores.
- Árabes da Cidade (Urbanos): eram sedentários - dedicavam-se ao comércio e agricultura
Crença Religiosa: Politeístas (acreditavam em vários deuses)
Maomé e o Islamismo- fundador do islamismo (ano 570)
- Monoteísta: existência de um único deus: Alá
- Pedra Negra (Caaba): símbolo religioso
Os princípios do IslamismoCorão ou Alcorão: livro Sagrado
Guerra Santa: combate aos não-muçulmanos que ameaçavam a religião muçulmana
- Promessa do paraíso para quem for fiel a Alá
Obrigações religiosas dos muçulmanos: crer em Alá, Rezar 5 vezes por dia em direção à Meca , dar esmolas, Jejuar no mês de Ramadã, Ir a Meca pelo menos uma vez na vida.

Expansão Árabe: O Império Muçulmano

- Califa (líder): comandou a expansão territorial dos árabes: conquistaram o norte da África, Península Ibérica e regiões na Ásia
- Guerra Santa para expansão do islamismo
- conquista de territórios e respeito a cultura dos povos dominados, em troca de tributos
Cultura Árabe - Desenvolveram:- Comércio: cheques, recibos, cartas de crédito, etc.
Ciência: química (busca de pedra filosofal) e conhecimentos de medicina
Literatura: Aladim e a lâmpada maravilhosa, Simbad, o marujo, Mil e uma noites, Ali baba e os 40 ladrões
Islamismo Hoje- Espalhado em diversos países do Mundo: principalmente no Oriente Médio e Ásia
- Sociedade Patriarcal e pouca participação das mulheres na sociedade e na democracia